A sessão de teatro é uma produção do Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas (NATA)
Depois de cinco anos fora dos palcos, o espetáculo Siré Obá –
A Festa do Rei, do Núcleo Afro-Brasileiro de Teatro de Alagoinhas
(NATA), com direção
de Fernanda Júlia Onisajé, fará uma curta temporada, entre os dias 22 e
25, às 20h, na Casa Preta, localizada na Rua do Areal de Cima, no
bairro Dois de Julho, em Salvador. Os ingressos custam R$ 20 e R$10.
As apresentações fazem parte do projeto OROAFROBUMERANGUE, que
conta com o apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de
Cultura da Secretaria da Fazenda e Secretaria
de Cultura do Estado da Bahia, aprovado no Edital de Apoio a Grupos e
Coletivos Culturais da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb).
O
espetáculo inspira-se nos orikis (poesia em exaltação aos Orixás) para
mostrar a beleza e a filosofia do culto às divindades africanas, tendo
como objetivo desmitificar preconceitos
e combater a intolerância religiosa. Unindo religião e arte, a peça é
uma grande festa/Siré e segue a sequência das músicas cantadas e
tocadas para os Orixás nos rituais do Candomblé, celebrando junto com o
espectador os feitos dessas divindades.
Em 2009, ano de sua estréia,
Siré Obá recebeu três indicações ao Prêmio Braskem de
Teatro: Melhor Espetáculo, Revelação (para a então estreante diretora
Fernanda Júlia) e Especial (pela direção musical de Jarbas
Biittencourt), categoria da qual saiu vencedor.
Siré Obá é
o próprio encontro do indivíduo
com o Orixá por parte de cada integrante do NATA. Foi o encontro de
Nando Zâmbia com Oxum, de Fabiola Nansurê com Nanã, de Antônio Marcelo
com Xangô, de Daniel Arcades com Logunedé e de Thiago Romero com
Oxumaré. No entanto que, um ano depois de estrear Siré
Obá, Romero se inicia no Ilê Axê Oyá L’adê Inan como yawô.
É
um espetáculo potente, pois existe nele uma verdade muito profunda, que
causou conflito nas pessoas. “Uma coisa é você dizer que é preto, outra
coisa é ser confrontado com o universo cosmogônico dessa herança
cultural africana, presente no candomblé, que é um patrimônio cultural
brasileiro”, provoca a diretora.
O
conflito está justamente no desconhecimento desse universo e
demonizá-lo. “Compreendemos que todo intolerante desconhece o que
ignora. O NATA entende que deve contribuir na luta
contra a intolerância religiosa pelo viés revolucionário da arte, da
beleza e da poesia. O Candomblé é uma expressão religiosa de uma beleza e
contribuições profundas para a construção do Brasil. Um dos
responsáveis por salvaguardar a herança ancestral africana
e, por isso, urge ser divulgado, valorizado e legitimado”.
Para Onisajé, Siré Obá combate a intolerância por que atravessa, toca o sensorial, revela a beleza do Candomblé e convoca as pessoas
para uma reflexão sinestésica, sinergética da grandiosidade da cultura negra no Brasil.
Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA)
– Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total
ou parcialmente, projetos estritamente culturais de
iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou
privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são,
preferencialmente,
aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo
apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à
iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de
apoio, modelo de referência para outros estados da
federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem
fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizad os;
Mobilidade Artística e Cultural e
Editais Setoriais. Para mais informações, acesse: www.cultura.ba.gov.br
Serviço
Siré Obá – A Festa do Rei
Onde:
Casa Preta – Rua Areal de Cima, bairro Dois de Julho
Quando:
22 a 25 de março, às 20h
Entrada: R$
20 (inteira) e R$ 10 (meia)
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