14/12/2017

A importância dos jesuítas na colonização do Brasil é ressaltada em livro lançado em Salvador


A publicação da historiadora Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho foi a vencedora da 13º edição do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica - Clarival do Prado Valladares.

 Foto: Almir Bindilatti

A fundamental atuação dos jesuítas para a formação das primeiras cidades do Brasil é ressaltada pela historiadora Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho, no livro Arte Jesuíta no Brasil colonial – Os reais colégios da Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco (Versal Editores). A publicação, vencedora do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica - Clarival do Prado Valladares, foi lançada nessa quarta-feira (dia 13), durante palestra da autora, que lotou o auditório do Instituto Feminino da Bahia, em Salvador. A palestra foi seguida de concorrida de sessão de autógrafos.
A premiação, criada em 2003, chega a 13ª edição patrocinando pesquisas e publicações de obras que resgatam a historiografia do país. “Muitas teses acabam ficando nas gavetas e nos armários. A publicação desse livro vai possibilitar que um número maior de pessoas entre em contato com esse esforço de pesquisa”, enfatiza Anna Maria.
No minucioso trabalho de pesquisa, Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho foca nos três grandes centros administrativos da Companhia de Jesus no Brasil durante o período colonial – o Real Colégio de Salvador, no Terreiro de Jesus -, o Real Colégio do Rio de Janeiro e o Real Colégio de Olinda. “Essa obra é importante para ajudar a compreender o processo de conquista da terra brasileira. Também possibilitou a realização do trabalho com maior interação com o contexto cultural, econômico, social e político da época permitindo uma visão macro da questão”, salienta a escritora.
Na Bahia, as instalações do Real Colégio de Salvador incluíam a atual Catedral Basílica, a área da atual Faculdade de Medicina, no Terreiro de Jesus, e o Pátio dos Estudos Gerais, onde está situada hoje em dia a Praça da Sé. “A monumentalidade urbana que se faz presente em Salvador é fundamental para entender o Barroco e a arte, através do viés histórico e cultural”, afirma a historiadora.
Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho é professora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e membro do Comitê Brasileiro de História da Arte (CBHA) e Centro de Estudos da População, Economia e Sociedade (CEPESE - Portugal). Formada em História desde 1975, têm mestrado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e doutorado em Faculdade de Letras - História da Arte pela Universidade de Coimbra (2003), se dedica ao estuda da arte jesuítica, arte franciscana e artes plásticas.

Sobre a Premiação
O trabalho de pesquisa de Anna Maria Fausto Monteiro de Carvalho foi selecionado pela Comissão Julgadora do Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica - Clarival do Prado Valladares, que é formada por três historiadores, um escritor e integrantes da Odebrecht e da Versal Editores. Para a 13ª edição, o prêmio recebeu 251 inscrições, vindas de 21 estados brasileiros, e de outros cinco países. São Paulo liderou o ranking com 76 inscritos, seguido pelo Rio de Janeiro (40), Bahia (23) e Minas Gerais (22).
Instituído em 2003, o Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica - Clarival do Prado Valladares já viabilizou a geração e o registro de conhecimentos originais sobre o período pré-colombiano do território brasileiro, o comércio do açúcar nos primeiros anos de efetiva colonização, a participação de ordens religiosas na formação nacional, a engenharia e a urbanização de nossas cidades nos séculos XIX e XX, entre outros. O prêmio é reconhecido pela comunidade acadêmica como um dos mais importantes incentivos à pesquisa histórica no Brasil. Desde sua criação, já recebeu mais de 1,5 mil projetos, enviados por pesquisadores de instituições de 23 estado brasileiros. Entre os livros publicados, seis receberam o prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro, o mais prestigiado prêmio editorial do pais.
O gerente de Comunicação da Odebrecht na Bahia, Marcelo Gentil, lembra que o grupo foi pioneiro na adoção do patrocínio cultural ao lançar, em 1959, o livro Homenagem à Bahia Antiga. “É um compromisso da Política de Sustentabilidade do Grupo Odebrecht apoiar e contribuir para a preservação do patrimônio cultural das comunidades e países onde atuamos”, destaca Gentil. O gestor ressalta que, ao longo de sua história, a Odebrecht lançou ou patrocinou mais de 400 livros sobre diversos temas. São publicações que valorizam a preservação do conhecimento e o acesso à informação.

Sobre Clarival do Prado Valladares
Pesquisador, crítico de arte e professor da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia, o médico Clarival do Prado Valladares (1918-1983), pós-graduado em Patologia pela Harvard University, combinou metodologia científica e sensibilidade na abordagem sociológica do objeto artístico. Seu importante legado para a compreensão do patrimônio artístico e arquitetônico brasileiro encontra-se em obras como Arte e sociedade nos cemitérios brasileiros, Nordeste histórico e monumental, Aspectos da arte religiosa no Brasil, Rio barroco – Rio neoclássico e The impact of African culture on Brazil. Mentor das Edições Culturais Odebrecht, que dirigiu por vários anos e que hoje reúnem mais de 200 obras sobre vários temas relevantes para a cultura nacional, Clarival do Prado Valladares inspira o Prêmio Odebrecht de Pesquisa Histórica.

Cronologia do Prêmio Clarival do Prado Valladares
2016
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO DO MUNDO PORTUGUÊS DO SÉCULO XVIII
Magnus Roberto de Melo Pereira
(Universidade Federal do Paraná)
Ana Lúcia Rocha Barbalho da Cruz
(Universidade Federal do Paraná)

2015
UM SERTÃO ENTRE TANTOS OUTROS
Nathália Diniz
(Universidade Federal do Rio Grande do Norte)

2014
LUÍS DE ALBUQUERQUE – VIAGENS E GOVERNO NA CAPITANIA DE MATO GROSSO / 1771-1791
Janaina Amado
(Universidade de São Paulo)
Leny Caselli Anzal
(Universidade de Brasília)

2013
O MAPA QUE INVENTOU O BRASIL
Júnia Ferreira Furtado
Universidade Federal de Minas Gerais

2012
O COMÉRCIO DO AÇÚCAR – BRASIL, PORTUGAL E PAÍSES BAIXOS (1595-1630)
Daniel Strum
(Universidade de São Paulo)

2011
O MOSTEIRO DE SÃO BENTO DA BAHIA
Dom Gregório Paixão
Universidade Livre de Amsterdã

2010
THEODORO SAMPAIO – NOS SERTÕES E NAS CIDADES
Ademir Pereira dos Santos
(Centro Universitário Belas Artes de São Paulo)

2009
IGREJA E CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DA BAHIA
Maria Helena Ochi Flexor
(Universidade Federal da Bahia)
Frei Hugo Fragoso, OFM
(Pontifício Ateneo Antoniano)

2008
A HISTÓRIA DO BRAZIL DE FREI VICENTE DO SALVADOR – HISTÓRIA E POLÍTICA NO IMPÉRIO PORTUGUÊS DO SÉCULO XVII
Maria Lêda Oliveira Alves da Silva
(Universidade Nova de Lisboa)

2007
ESCRITO NA PEDRA – COR, FORMA E MOVIMENTO NOS GRAFISMOS RUPESTRES DA BAHIA
Carlos Alberto Etchevarne
(Universidade Federal da Bahia)

2006
A TALHA NEOCLÁSSICA NA BAHIA
Luiz Alberto Ribeiro Freire
(Universidade Federal da Bahia)

2005
50 ANOS DE URBANIZAÇÃO – SALVADOR DA BAHIA NO SÉCULO XIX
Consuelo Novais Sampaio
(Universidade Federal da Bahia)

Nenhum comentário:

Postar um comentário