Foto: Ingrid Lago.
Teatro e acessibilidade provocam a sensibilidade nos espaços públicos e urbanos
O Espaço Xisto Bahia recebe, a partir de quarta-feira (11), duas exposições do projeto CIDADE CEGA, além de
uma mesa de debates marcada para o dia 20 de abril. CIDADE CEGA é uma encenação de Carlos Alberto Ferreira, com o grupo teatral NOZ CEGO e a atriz/performer Milena Flick.
O trabalho, que estreou em 2015 em Salvador, decorre de um questionamento sobre como construir a cidade, compreendê-la de uma forma diferente, extracotidiana, através de experiências sensoriais. CIDADE CEGA tem como objetivo investigar
a potencialidade dos sentidos (tato, audição, olfato, paladar) como meio de percepção da cidade e provocar discussões voltadas à inclusão e acessibilidade (ou a ausência
dela) nos espaços urbanos e públicos.
Com o projeto CIDADE CEGA, Paris, 2017, a encenação realizou sua segunda temporada na
capital francesa com o apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda e Secretaria de Cultura da Bahia. As atividades são complementares deste projeto, que convida a cidade de Salvador para compartilhar dos
frutos dessa viagem e da intensa experiência vivenciada pela equipe.
No último dia 03 de abril foi realizada a primeira etapa dessas atividades, que contou com a Oficina
de Prática e Experimentação Sensorial ministrada por integrantes do projeto na Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, com ênfase no público infanto-juvenil
e segue com a programação de atividades para este mês.
Exposição Sensorial dos figurinos –
Os figurinos de Cidade Cega funcionam como instalações vivas, são em si mesmo obras de arte plásticas, tridimensionais e multissensoriais, especialmente elaborados por Leonardo Teles. Luz, sonoplastia e o próprio cenário são arquitetados nessa criação. Os
figurinos exalam fragrâncias, produzem sons com a movimentação dos atores, possuem texturas diferenciadas e especificamente criadas para que o público possa percebê-los através do tato, agregando complexidade à obra. Além disso, possuem elementos estéticos
que incorporam os tempos (presente, passado e futuro) e a contaminação de elementos (natureza, concreto e metal). Nessa exposição, o público em geral poderá apreciar o trabalho de Leonardo Teles e, o público vidente será convidado a conhecer o figurino de
uma forma não convencional ao suprimir temporariamente a visão (através de vendas disponibilizadas). Especialmente no dia 11 de abril, data da inauguração da exposição, a partir das 14h, a instalação será acionada
com todos os seus elementos e os visitantes serão guiados nessa experiência por atores do grupo Noz Cego.
Exposição de fotos das duas temporadas –
As fotos de Ingrid Lago, que registrou com grande sensibilidade a primeira temporada de Cidade Cega, realizada na Praça Campo Grande, em Salvador, serão expostas ao lado de uma incrível seleção de fotos da segunda temporada da encenação em Paris de autoria
de Ili del Sur. Também na data de inauguração da exposição, 11 de abril, os visitantes com deficiência visual contarão com uma visita guiada por membros da equipe do projeto Cidade Cega, Paris, 2017, que acompanharão o grupo para realizar as descrições das
fotos e compartilhar um pouco de sua experiência.
Bate-papo -
Teatro, Acessibilidade e Intercâmbio Cultural - Com mediação de Cristina Oliveira Gonçalves, o encontro contará com a participação do grupo teatral Noz Cego e de
demais integrantes do projeto Cidade Cega, Paris, 2017, além do encenador Carlos Alberto Ferreira. Na mesa, uma conversa sobre os temas que será aberta para participação do público, que poderá propor questões para o debate e agregar suas
impressões sobre o projeto e as exposições realizadas. O encontro acontece no dia 20 de abril, Espaço Xisto, às 14h.
Fundo de Cultura do Estado da Bahia (FCBA)
– Criado em 2005 para incentivar e estimular as produções artístico-culturais baianas, o Fundo de Cultura é gerido pelas Secretarias da Cultura e da Fazenda. O mecanismo custeia, total
ou parcialmente, projetos estritamente culturais de iniciativa de pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado. Os projetos financiados pelo Fundo de Cultura são, preferencialmente,
aqueles que apesar da importância do seu significado, sejam de baixo apelo mercadológico, o que dificulta a obtenção de patrocínio junto à iniciativa privada. O FCBA está estruturado em 4 (quatro) linhas de apoio, modelo de referência para outros estados da
federação: Ações Continuadas de Instituições Culturais sem
fins lucrativos; Eventos Culturais Calendarizad os;
Mobilidade Artística e Cultural e
Editais Setoriais. Para mais informações, acesse: www.cultura.ba.gov.br
Equipe:
Grupo teatral NOZ CEGO: Claudio Marques, Cristina Gonçalves e Gilson Coelho
Milena Flick: produtora, oficineira e curadora
Leonardo Teles: figurinista e artista gráfico
Ingrid Lago: fotógrafa e curadora
Ili del Sur: fotógrafa
Daddi Limah: assistente de produção
Carlos Alberto Ferreira: encenador de Cidade Cega
Serviço
CIDADE CEGA
Exposição Sensorial e Exposição de Fotos
Quando: 11 a 25 de abril
Bate Papo -
Teatro, Acessibilidade e Intercâmbio Cultural
Quando:
20 de abril (sexta-feira) às 14h
Onde: Espaço Xisto Bahia
Endereço: Complexo Cultural dos Barris – Rua General Labatut, 27 – Barris (Subsolo do prédio da Biblioteca
Pública do Estado da Bahia).
Aberto ao público
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