14/03/2018

Apresentações artísticas, oficinas e debates marcam participação da SecultBA no Fórum Social Mundial


Largos do Pelourinho, Museu de Arte da Bahia, Biblioteca Central, Sala King, Walter da Silveira e Casa da Música estão entre os espaços que recebem atividades
 
Realizado pela primeira vez em Salvador, o Fórum Social Mundial teve início na terça-feira (13), permanecendo com atividades como marchas, conferências, palestras, shows e assembléias até sábado (17). Integrando a programação do Governo do Estado, a Secretaria de Cultura promove e apoia atividades do Fórum que ocorrem em seus espaços culturais durante todo o período do evento. A programação, que acontece em locais como no Pelourinho, Museu de Arte da Bahia, Sala King e Casa da Música, dialoga com o tema do Fórum, “Resistir é criar, resistir é transformar!”.
 
Música, diversidade e consciência – A programação do Pelô já começou na noite de terça-feira (13), com o show do mais belo dos belos, o bloco afro Ilê Aiyê. Nesta quarta-feira (14), a programação vai começar cedo, às 14h, com o Sarau do CIRCUS, no Largo Quincas Berro d’Água. Mais tarde, às 18h, a banda Felixfônica, grupo de música autoral de Florianópolis, mescla ritmos brasileiros samba, baião, frevo e maracatu.
 
Na quinta-feira (15), o projeto “Figueira Negra – Narrativas através do audiovisual”, apresenta as memórias e vivências da população negra de Alvorada – RS, transformando-as em um filme longa metragem e três filmes curta metragem, que falam de como elas participaram da construção sócio histórica da cidade, dando visibilidade aos seus protagonismos. A exibição acontece às 14h, no Largo Quincas Berro d’Água. O mesmo espaço entra no balanço do reggae, às 19h, com o show de Ras Mateus, cantor natural de Salvador que estará presente com sua banda no evento. Encerrando a noite, às 21h, tem apresentação da banda Caçamba Azul.
 
Na sexta-feira (16), às 14h, o Grupo Botequim prove uma Oficina de Samba Tradicional, tratando de aspectos históricos, composição, harmonia e percussão. O evento será no Largo Quincas Berro d’Água, onde também acontece, às 16h, o espetáculo do Coral Cant@rt Performático e Percussivo. Com repertório construído basicamente na história da criação dos povos até a atualidade, o coral mistura em suas performances percussão, artes cênicas, dança afro, capoeira e hip hop. Ainda neste palco, às 20h o grupo Elixir Tafari traz para o FSM a sua música consciente afrocaribenha. Em seguida, às 22h, o grupo de música popular brasileira Apuama resgata composições de autores pouco conhecidos. Já no Largo Pedro Archanjo, o Ilê Aiyê realiza mais uma apresentação no FSM, desta vez tendo como convidados Geri Cunha, Bando do Velho Chico e Pedaço de Cada Um.
 
No último dia do FSM, sábado (17), o Projeto Mulher em Ação para o Bem Estar promove, a partir das 8h, atividades de alongamento, boxe, capoeira, além de workshop de maquiagem e palestra. Realizado pelo grupo Capoeira Topázio, o evento será no Largo Tereza Batista. À noite, às 20h, o Ilê Aiyê encerra no Largo Pedro Archanjo a sua participação no FSM, seus últimos convidados serão o grupo Bambeia e cantores de blocos afro. Já no Largo Quincas Berro d’Água, a banda Africana traz o show Ori, que encerra às 21h o FSM. Induzido pela pujança dos tambores e a hipnose do agogô, o show é marcado pela criação de atmosferas, nas quais imperam a devoção e o respeito ao sobrenatural.
 
Os shows do Ilê Aiyê durante o Fórum terão ingressos vendidos a R$ 40 e R$ 20. As demais atividades no Pelourinho são gratuitas.
 
Conselho de cultura – Durante a programação do Fórum no Museu de Arte da Bahia (MAB), nesta quarta-feira (14), acontece a posse dos novos membros do Conselho Estadual de Cultura, recentemente escolhidos por meio de eleições online promovidas pela SecultBA. A sessão, que tem início às 14h, terá a presença da secretária de cultura Arany Santana, e falas do presidente do CEC, Emílio Tapioca, e de outros membros do Conselho.
 
Nos próximos dias, os conselheiros ainda participam de debates no MAB, tratando de questões como o Papel dos Conselhos de Cultura, no dia 15, Patrimônio em Movimento e Povos e Comunidades Tradicionais – Educação Anti Racista, no dia 16. Confira a programação completa do CEC aqui.
 
Homenagem a Abdias do Nascimento – o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO), do Rio de Janeiro, vem se juntar à Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb/SecultBA), Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN) em ações que terão como tema o genocídio da população negra e o legado de Abdias Nascimento. A Funceb abrigará atividades na Sala King e Sala Walter da Silveira, abertas ao público. 
 
Dentro do eixo temático “Vidas Negras Importam”, o conjunto de atividades mistura arte, poesia e ativismo social e terá como temas centrais o genocídio da população negra e o legado de Abdias Nascimento. A programação conjunta estreia no Teatro Martim Gonçalves (Escola de Teatro da UFBA), às 8h30 do dia 14 de março, aniversário natalício de Abdias Nascimento, com performance poético-musical de Nelson Maca seguida de debate em torno da nova edição do livro “O Genocídio do Negro Brasileiro”, publicado há 40 anos por Abdias. Participam do debate os professores Kabengele Munanga (UFRB), Marluce Macedo (UNEB), Samuel Vida (UFBA) e o escritor Sandro Sussuarana (Sarau da Onça). 

No dia seguinte, 15 de março, às 16h, a Sala Mestre King, localizada na sede da Funceb, no Pelourinho, será palco do Slam Abdias, com premiação do Troféu IPEAFRO Sankofa. Entre as atrações estão: DJ Bieta, Coletivo Boca Quente, Sarau da Onça, poeta Giovane Sobrevivente, Maestrina Elem e Banda Meninos da Rocinha do Pelô. 

No último dia de atividades, em 16 de março, às 19h, a exibição do filme “Abdias Nascimento Memória Negra”, do cineasta baiano Antonio Olavo, será na Sala Walter da Silveira (Barris). A programação contempla, ainda, recitação poética com Milsoul Santos e artistas locais, além de conversa com o diretor do filme, o professor Kabengele Munanga e a viúva de Abdias Nascimento e autora da biografia, Elisa Larkin Nascimento. 

Todas as atividades incluem sessão de autógrafos da nova edição do livro “O Genocídio do Negro Brasileiro” (IPEAFRO / Editora Perspectiva / Itaú Cultural, 2017) e da biografia ilustrada “Grandes Vultos que Honraram o Senado: Abdias Nascimento”, publicada pelo Senado Federal, bem como ações em apoio ao Quilombo Rio dos Macacos.
 
Espaços culturais – A Casa da Música, espaço cultural administrado pela SecultBA na Lagoa do Abaeté, recebe atividades do FSM a partir desta quarta-feira (14). A roda de conversa “Capoeira e Resistência” terá início às 14h, reunindo mestres e mestras de diferentes estilos. A partir das 16h, acontece a mesa “Itapuã, Território da Ancestralidade”, na qual as Ganhadeiras de Itapuã convidam personalidades ligados à história e a identidade de Itapuã para uma conversa sobre a ancestralidade do bairro.
 
Na quinta-feira (15), com objetivo pedagógico de reconhecer a água como elemento catalisador da vida, acontece a “Oficina Rios, Praias e Lagos. A água depende de nós”, com Lavínia Bonsucesso, às 15h. Mais tarde, às 16h, a “Oficina sobre combate à Intolerância Religiosa” é uma atividade de capacitação sociopolítica que tem como objetivo habilitar o público participante a compreender, identificar e enfrentar o crime de intolerância religiosa, sobretudo no contexto social e jurídico do Brasil. A oficina terá como ministros o doutor em antropologia Ordep Serra, a Ialorixá Mãe Jaciara dos Santos e o pastor Djalma Torres. O evento será mediado pelo sociólogo Caetano Ignácio.
 
Na sexta-feira (16) a “Oficina livre – Solidão Solidária”, do dramaturgo, poeta e diretor Ivan Antonio fala sobre inclusão social através da cultura da paz. O evento começa às 14h. A “Oficina Mulher, resistência e Samba de Roda” terá início às 16h, com Verônica, do grupo As Ganhadeiras de Itapuã. A roda de conversa consiste na vivência e resistência da mulher sob o contexto do samba de roda, com foco na experiência das Ganhadeiras. Também será realizado uma oficina de dança introdutória ao samba de mar aberto, especialidade do grupo
 
No sábado (17), às 14h, a roda de conversa “Organizações comunitárias e lutas por direitos e preservação da identidade e memória no espaço urbano” trata sobre as diversas experiências de coletivos comunitários que lutam por seus direitos e pela preservação de sua memória e identidade nos espaços urbanos, em oposição às políticas de “requalificação” sem diálogo com a comunidade e gentrificação desses espaços. Em seguida, às 16h, entra em pauta a “Arte Visual, Pedagogia Indígena através da Cultura Pataxó”.
 
O Espaço Cultural Alagados, onde a programação começou na terça-feira (13), em diálogo sobre o Território Sócio-Cultural  e Economia Solidária, recebe no sábado (17), às 9h e às 14h, apresentação da moeda UMOJA e roda de conversa sobre a sua metodologia para aproximar a economia solidária no território.
 
Urbis in Motus – O Balé Teatro Castro Alves (BTCA) estará presente no FSM com “Urbis in Motus”, que será encenado em frente à Biblioteca Pública do Estado da Bahia, nos Barris, no dia 16 de março (sexta-feira), às 18h30. Interação de performance e coreografia ao vivo, videomapping e intervenção urbana, a criação parte de temas urgentes que resguardam a diversidade e mobilizam lutas de minorias sociais: misoginia, racismo e LGBTfobia.
Exposição – Em cartaz até sábado, a exposição fotográfica “A quem interessa o trabalho escravo? Os Auditores-Fiscais do Trabalho combatem esse crime!”, é promovida pelo Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (SINAT) e fica disponível durante todo o Fórum, no Foyer da Biblioteca Central do Estado da Bahia (BCEB).As imagens foram captadas pela lente do Auditor-Fiscal do Trabalho e fotógrafo Sérgio Carvalho. As fotos retratam em cores a vida cinza de trabalhadores reduzidos à condição análoga à escravidão.
 

Compõem a mostra 32 fotos que retratam flagrantes de trabalhadores resgatados durantes as ações do Grupo Especial de Fiscalização Móvel em várias regiões do país. Além das fotos, será instalada uma cela que contém toda a linha do tempo da evolução do combate ao trabalho escravo no Brasil. A cela simboliza a prisão a que são submetidos os trabalhadores, ainda que não estejam presos a correntes.

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