18/01/2017

Irmandade da Boa Morte será homenageada pelo Olodum


Instituição afro-católica receberá o Troféu Ujaama neste domingo no Femadum

Perto de completar 200 anos de existência, a Irmandade da Boa Morte será a instituição homenageada pelo grupo Olodum com o Troféu Ujaama no Festival de Música e Artes do Olodum,FEMADUM 2017. No domingo, dia 22, a partir das 13h30, também serão homenageados nomes como o advogado Edvaldo Brito e Magda Sueli da Silva Paim.

Fundada em 1820, na Barroquinha, a instituição afro-católica se mudou depois para Cachoeira. A irmandade da Boa Morte é considerada a primeira entidade feminista do Brasil e é profundamente marcada pelas influências das religiões católica e do candomblé. Uma das principais peculiaridades da irmandade é que ela é formada somente por mulheres, todas acima dos 50 anos.

A Festa da Boa Morte, realizada anualmente no mês de agosto é, desde de 2010, considerada como Patrimônio Imaterial da Bahia e está inserida na proposta do turismo étnico da Secretaria de Turismo e da Bahiatursa e tem forte presença de turistas brasileiros e estrangeiros.

Femadum - Com o tema do Carnaval 2017, O Sol - Akhenaton: Os Caminhos da Luz, o Olodum apresenta mais uma edição do Festival de Música e Artes do Olodum – FEMADUM. O evento acontece neste final de semana, dias 21 e 22 de janeiro, a partir das 12 horas no Largo do Pelourinho.

Criado pelo Bloco Afro Olodum nos anos 80, o festival divulga a diversidade da cultura afro baiana e brasileira, além de dar oportunidade e visibilidade a talentos populares que buscam na cultura Afro uma fonte de inspiração.

Este ano, o grupo também festeja os 30 anos de Samba Reggae e realiza a campanha “Eu Falei Faraó”, relacionada com os 30 anos do primeiro LP da Banda Olodum, Egito Madagascar de 1987. Foi no Femadum que na década de 80, Luciano Gomes apresentou a música Deuses Cultura Egípcia, popularmente conhecida como “Faraó”. Música responsável por ao mesmo tempo visibilidade e popularidade ao Olodum e ao Sambam reggae. 

 Em 2017, o FEMADUM inspirou-se no Festival HEB-SEB dos egípcios para realizar mais uma edição de um dos mais importantes festivais de música negra no mundo. O Festival HEB-SEB era realizado sempre que um faraó completava 30 anos de reinado e, por meio de um ritual dramático e sombrio, o faraó era submetido publicamente a um sacrifício, em que o mesmo morria simbolicamente e em seguida ressuscitava para continuar governando o seu reino com força e vigor.

Historia: Ao longo de 37 anos teve a participação de um público superior a 300 mil pessoas, sendo 10 mil por eventos.   O Femadum foi registrado em forma de vídeo pela TV Granada em 1981 dentro do filme Carnival Bahia dirigido por Carlos Passini, sendo o primeiro evento de um bloco afro a ser transmitido em imagens para a Inglaterra e o mundo.

No evento foram lançados no cenário musical baiano e brasileiro, jovens e talentosos compositores, até então desconhecidos, a exemplo de Suka, Rey Zulu, José Olissam e Domingos Sergio, Sergio Participação, Jau Peri, Pierre Onassis, Tonho Matéria, Valter Farias e Adailton Poesia, e o trio formado por Jucka Maneiro, Roberto Cruz e Sandoval, Legel, Wellington Epiderme Negra, Nego do Barbalho e Zenilton Ferraz.


Já participaram do evento vários grupos artísticos baianos, nacionais e internacionais, particularmente aqueles vinculados à cultura negra, além de personalidades de notório reconhecimento público, a exemplo de: Jimmy Cliff, Linton Kwesi Johnson, Mutabaruka, (Jamaica) o reggae man do Mali, Koko Dembele, Ray Lema do Congo, os angolanos Filipe Mukenga, Irmãos Almeida, MFA Kera de Madagascar, o Grupo musical Kilombo da Venezuela, e Afro Colômbia.

Gal Costa, Caetano Veloso, Sandra de Sá, Roberto Ribeiro, Luiz Melodia, Elza Soares, Mário Gusmão, Gilberto Gil, Daniela Mercury, Lazzo, Margareth Menezes, Xangai, Lecy Brandão, Ney Lopes, Banda Mato Seco, Emicida, Banda Tribo de Jah e Zezé Motta foram alguns dos artistas nacionais presentes. Personalidades como Pierre Verger, Mestre Didi, Mãe Estela de Oxossi do Terreiro Axé Opo Afonjá, o senador Abdias Nascimento e o presidente do SOS Racismo Francês e Sr. Harlem Desir.

A cada ano o Femadum desenvolve um tema ligado ao contexto histórico-político-cultural que também é utilizado como enredo para o carnaval. Assim, o Festival já teve como tema: Em 1992 – 500 anos da América um Olhar para o futuro, em 1993 - O Berimbau; 1994 - A Música Negra; em 1995 – Os 300 Anos de Zumbi dos Palmares; em 2007 - Marrocos - O país dos sentidos (Olodum Transariano); em 2008 - África do Sul - a Origem da Vida; em 2009 - Povo Dogons (Mali); em 2010 –   O Povo das Estrelas; em 2011 – Democracia e Comunicação, em 2012 – A Energia da música Percussiva; em 2013 – Samba, Futebol e Alegria – Raízes do Brasil, em 2014 - Ashanti - O trono Dourado - Yaa Asantewaa; em 2015 – Etiópia – A Cruz de Lalibela – O pagador de Promessa; em 2016 -  Brasil, mostra tua cara! Sou Olodum, quem tu és?



FEMADUM 2017 – PROGRAMAÇÃO


Largo do Pelourinho – 21/01/17
12h00 – Banda Percussiva Olodum e ala de canto
13h00 -  Apresentação das três músicas finalistas
13h30 – Banda Jahdirá (Reggae)
14h00 - Banda Percussiva Olodum e ala de canto
15h20 – Banda Percussiva Olodum e ala de canto
16h00 – Encerramento

Largo do Pelourinho – 22/01/17
12h00 – Abertura  - MC
12h10 – Banda Percussiva Olodum e ala de canto
12h40 –  La 14 Bis (Samba-reggae)
13h10 -  Banda Percussiva Olodum e ala de canto
13h40 – Entrega dos troféus
14h10 –  Apresentação da “Literatura Faraônica
15h30 – Banda Percussiva Olodum
16h00 – Encerramento


Serviços​
  
FEMADUM – Festival de Música e Artes Olodum
Dias:​ 21 e​ ​22 de Janeiro​ (Sábado e Domingo)​Horário 1​2​h às 18hLocal: Largo do Pelourinho
Aberto ao público 

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