26/09/2011

Bloco Alvorada comemora 37 anos com samba e tradição religiosa

A tradição do Bloco Alvorada tomou conta do Largo Tereza Batista ontem, dia 25, quando um dos blocos de samba mais antigos do estado reuniu música e religiosidade marcando os seus 37 anos de existência.

A casa cheia refletiu o sentimento de admiração do público pelo bloco, que tem o Pelourinho como sua casa. Com o apoio ao Bloco Alvorada, o Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) reafirma o seu compromisso com a cultura, tradição e manifestações tipicamente baianas e se mantém forte na sua intenção de abrir cada vez mais o espaço para as representações da terra.

O evento reuniu autoridades políticas, foliões e muita musicalidade dos grupos Bambeia, 5 Mulek’s e 1 Atrevido, Na Média e Negros de Fé. A madrinha do bloco, Gal do Beco, disse estar emocionada com a demonstração de respeito que a casa tem pelo Alvorada. “Estamos reunidos em uma imensa alegria na nossa casa, que é o Pelourinho, que nos acolhe há 15 anos. Estamos no espaço perfeito para comemorar e agradecer”, contou.

Outro grande entusiasta era o presidente do bloco, Vadinho França, que pontuou a função social do Pelourinho e a visível retomada cultural que o CCPI vem promovendo por meio do Pelourinho Cultural, que busca uma maior dinamização dos espaços culturais do Centro Histórico. “O Pelourinho precisa ser revitalizado sempre, abraçado sempre e vamos juntos contribuir com este trabalho que vem sendo realizado”, afirmou.

Para o secretário municipal da Reparação Racial, Ailton Ferreira, a abertura do espaço pelo Centro Histórico para a comemoração do aniversário do Alvorada é um reconhecimento pelas diversas ações comunitárias que a organização promove. “O bloco tem feito muito pela região do Pelourinho e Gravatá no sentido de valorizar estes espaços com sua ocupação e revitalização cultural, resgatando e mantendo tradições. É obrigação do Estado apoiar essas iniciativas e faremos tudo o que for possível para que essa tradição se mantenha sempre viva”, afirmou.

O momento do tradicional Caruru foi conduzido pela religiosidade e respeito à cultura de matrizes africanas tão lembrada pelo CCPI. Os sete meninos, representando os sete erês (orixás-crianças), esperavam para fazer a comilança. Dai França, de 11 anos, um dos participantes, disse entender e respeitar aquele momento.

“Participo e gosto, acredito que seja uma coisa de religião que temos que respeitar”, explicou. As pessoas se organizaram em filas para degustar a iguaria, mas também para agradecer. “Estamos aqui para comemorar junto com o Alvorada todas as conquistas do ano de 2010, agradecer e também pedir as bênçãos para que o nosso próximo carnaval seja de paz e vitórias”, disse a aposentada Matilde Soares.

Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI) - O Centro de Culturas Populares e Identitárias (CCPI), órgão da Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (Secult/BA), busca, através do Programa Pelourinho Cultural, além de dinamizar as ações culturais no Centro Histórico, incentivar também a produção local, por meio da promoção de eventos realizados pela comunidade. Toda a agenda de atrações do programa tem acesso gratuito ou a preços populares.

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